Aberturas ditam o ritmo do xadrez e variam de acordo com as características do jogador

Professora do Nosso Clube explica que lances criados por grandes mestres são referência até hoje para os enxadristas

 
Um mundo onde um simples soldado pode derrotar o rei, no qual os bispos vão para lutas corpo a corpo e que permite às torres voarem por cima do exército inimigo. Assim é o mundo encantado do xadrez, um jogo que requer muito mais que conhecer as regras para se sair bem. É preciso estudo para quem quer se aprofundar nos segredos das 64 casas, alternadamente escuras e claras, do tabuleiro. E saber como iniciar a batalha é fundamental.
 
Professora de xadrez do Nosso Clube, Sofia Cardoso explica que, depois que o jogador domina as regras, passa a aprender as táticas, e o começo se dá pelas aberturas, como são chamados os movimentos iniciais de uma partida. Há as aberturas clássicas, que já foram exaustivamente testadas por grandes mestres, e outras menos conhecidas. O livro “The Oxford Companion to Chess”, de David Hooper e Kenneth Wyld, catalogou 1.327 aberturas e variantes. São elas que vão ditar o ritmo que as próximas jogadas tomarão.
 
O grande objetivo no início da partida é dominar o centro do tabuleiro, que regula muitas condições de ataque e de defesa. Ao mesmo tempo, é preciso cuidar da proteção do rei, a principal peça, o mais cedo possível. “O xadrez teve início no século 15 e, no decorrer dos séculos, grandes mestres desenvolveram técnicas e lances que são referências até hoje”, conta Sofia. Dependendo das características de cada jogador e de seu adversário, será escolhida uma abertura, que pode ser, por exemplo, mais ousada ou conservadora, mais defensiva ou ofensiva.
 
Entenda a seguir algumas das principais aberturas do xadrez.
 
Jogo Italiano
O Jogo Italiano, ou Abertura Italiana, busca o controle do centro com o bispo de casas brancas. O objetivo é que, em apenas três movimentos, o jogador com as peças brancas consiga colocar uma peça forte no centro.
 
Siciliana
Muito popular, a Defesa Siciliana é um tanto complicada porque permite uma grande quantidade de variações. Ela propõe que as peças pretas, em seu primeiro movimento, lutem imediatamente pelo centro. É uma defesa que exige muito estudo do jogador.
 
Francesa
A Defesa Francesa tenta levar as peças pretas a criarem uma forte cadeia de peões que protegem uns aos outros. Uma desvantagem apontada pelos jogadores é que o bispo das casas brancas não tem muita utilidade nos primeiros estágios do jogo.
 
Gambito da Rainha
A abertura que dá nome à popular série da Netflix faz parte daquelas em que o jogador sacrifica uma ou mais peças em troca de algum tipo de vantagem. No Gambito da Rainha, a ideia inicial é perder um peão para, depois, colocar dois peões fortes no centro. O problema é o adversário topar.
 
Ruy-Lopez
A Ruy-Lopez, ou Jogo Espanhol, leva o nome do bispo que escreveu um dos primeiros livros sobre xadrez. É uma abertura que costuma levar muita pressão aos jogadores amadores logo no início da partida.
 
Mas seja qual for o estilo do jogador, uma coisa é certa: o xadrez proporciona muitos benefícios aos praticantes. A professora Sofia lista alguns: melhora na concentração e no raciocínio, desenvolvimento da paciência, conhecimento para colocar em prática estratégias e fugas e sustentação para lidar com sentimento de perda e vitórias.
 
No Nosso Clube, há aulas de xadrez gratuitas para os associados duas vezes por semana. As atividades da modalidade serão retomadas assim que for possível em obediência ao Plano São Paulo de combate ao coronavírus.
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